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Praticagem, porto e a cidade
 

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Bruno Tavares – Vice-Presidente da Praticagem de São Paulo

A Praticagem de São Paulo comemora neste 27 de junho 90 anos de fundação oficial e está situada na vanguarda mundial de eficiência e tecnologia. Mas bem antes, nos tempos iniciais, o trabalho era feito por marujos independentes com seus botes a remo, que conduziam em segurança as embarcações que chegavam à barra pelo canal do Estuário até o primitivo ancoradouro, do Outeiro de Santa Catarina até o Valongo. 

 

Depois veio o Posto de Atalaia, instalado no alto do Monte Serrat, uma vez que não existiam radares e outros sistemas de monitoramento à disposição. O atalaiador de plantão, munido de luneta e binóculos, identificava os navios que chegavam na baia de Santos para que os práticos fossem buscá-los e conduzi-los até o porto.

 

Isso, até 1933, quando o Ministro de Estado dos Negócios da Marinha, Almirante Protógenes Pereira Guimarães, assinou o Aviso nº 2.195 constituindo a entidade para reunir os práticos do Porto de Santos. Surgia a Associação dos Práticos da Barra e Canal do Porto de Santos, que passou a funcionar a partir do dia 2 de novembro daquele mesmo ano.

 

Quando falamos em praticagem hoje, falamos em moderna tecnologia e inovação que alavancam a expertise dos práticos a serviço da segurança dos navios que chegam ao complexo santista, cada vez maiores em dimensões e volume de cargas.

 

Os equipamentos sofisticados colocam a Praticagem de São Paulo em primeiro plano no mundo. Registram as correntes, ventos e marés, mas são apenas ferramentas da praticagem, que conta com a experiência e habilidade do prático para conduzir as manobras. Essa expertise, garantida pelo constante treinamento e seu profundo conhecimento das características da região, é essencial para conduzir os navios justamente nos trechos mais difíceis de uma viagem, em canais estreitos e sinuosos, cercados de instalações portuárias.

 

A Praticagem de São Paulo tem mudado paradigmas, conduzindo navios cada vez maiores e otimizando as operações, numa contribuição efetiva para que os portos de Santos e São Sebastião continuem a bater recordes de movimentação de cargas, contribuindo para o desenvolvimento do País.

 

Todas as manobras com navios especiais ou manobras casadas são eventos críticos, em que a pontualidade em cada etapa e as velocidades de execução são fundamentais pela complexidade de coexistirem dois navios gigantes num mesmo espaço restrito, com potencial interação hidrodinâmica envolvida.
 

Para isso construímos cenários com mais segurança para o sistema do Porto de Santos, evitando berços de atracação vazios e navios aguardando. Se as condições estão dentro das normas locais, o espaço de ociosidade dos berços tem sido sempre reduzido 

 

A preservação do meio ambiente é outro fator importante nas manobras. Os práticos como assessores dos comandantes operam navios com equipamentos gigantescos que carregam cargas como granel líquido e petróleo, além do combustível a bordo. 

 

Tudo isso faz parte do trabalho do prático, que vai a bordo para evitar acidentes que podem provocar a poluição ambiental, mortes, danos ao patrimônio público e privado e fechamento de um porto com muitos prejuízos econômicos. 

 

Parabéns à Praticagem de São Paulo, a qual eu tenho muito orgulho de fazer parte, pelos seus 90 anos de história, conquistas e dedicação ao maior porto da América Latina.

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